terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dilma afirma que não fará concessões em relação a direitos humanos




Em entrevista concedida a jornais argentinos, publicada neste domingo, a presidente Dilma Rousseff afirma que “não fará concessões” nesta área e toca em assunos que o antecessor, Lula, preferiu ignorar. Sobre Cuba, um sinal claro de mudança: “Devemos protestar contra todas as falhas que houver nos direitos humanos em Cuba. Não tenho nenhum problema em dizer se algo vai mal por lá, ou aqui também. Não somos um país sem dívidas com os direitos humanos. Nós as temos”, admitiu.

Dilma também marcou posição sobre outra atrocidade que Lula fingiu não ver. “Creio que apedrejar uma mulher não seja algo adequado”, disse, em referência ao Irã.

Aos jornalistas argentinos, a presidente adiantou que, ao iniciar sua agenda de viagens internacionais pelo país vizinho o governo brasileiro “assume, uma vez mais, um compromisso com o governo argentino de estabelecer políticas e estratégias conjuntas de desenvolvimento para a região”.

O fato de duas mulheres comandarem as principais economias da América do Sul – ela, no Brasil, e Cristina Kirchner, na Argentina – é, para Dilma, um fato a ser festejado. “É algo para se comemorar, uma demonstração de como essas sociedades evoluíram na superação de preconceitos arraigados contra as mulheres”, disse.

Dilma Rousseff e Cristina Kirchner se reúnem na manhã de segunda-feira. Um dos assuntos a ser abordado é a assinatura de um acordo para a construção de um reator nuclear. De acordo com o Clarín, Dilma também deve se encontrar com as Mães e Avós da Praça de Maio, grupo ligado às buscas pelos desaparecidos na ultima ditadura militar.

Câmbio – A presidente foi entrevistada por jornalistas dos três principais jornais argentinos - Clarín, Página 12 e La Nación. Ao falar sobre economia, Dilma afirmou que a taxa de câmbio tem oscilado pouco no Brasil, mas que não se pode descartar uma desvalorização do real no futuro. “No mundo, ninguém pode dizer isso (que a moeda brasileira não vai se desvalorizar)”, disse. “Nos últimos tempos, conseguimos manter o dólar dentro de uma faixa de flutuação. Ou seja, não tivemos nenhum derretimento como se falou por aí. Oscilou todo o tempo entre 1,6 e 1,7 (real por dólar). Agora, ninguém no mundo pode dizer que garante isso (a não desvalorização)", afirmou.

O Brasil vai comandar durante fevereiro o Conselho de Segurança da ONU. A presidência rotativa é alternada entre os 15 integrantes do grupo. O primeiro compromisso agendado desse período de presidência temporária deve ocorrer no próximo dia 11, data de um debate sobre paz, segurança e desenvolvimento, com participação do ministro Antônio Patriota, das Relações Exteriores.


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